PF realiza 2ª fase da operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão
Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (8) a 2ª fase da operação Greenfield, que investiga irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, todos ligados a estatais. Os policias estão nas ruas para cumprir cinco medidas judiciais em São Paulo e duas no Mato Grosso do Sul. Há um mandado de prisão preventiva.
Os alvos são acusados de esconder provas e cooptar testemunhas que poderiam auxiliar as investigações. A suspeita é que um contrato de R$ 190 milhões entre os dois principais sócios de um dos maiores grupos empresariais investigados pela Greenfield tenha sido empregado para mascarar o suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações de interesse da investigação.
Os mandados foram determinados por Juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
Segundo a PF, a suspeita, trazida por uma testemunha à investigação, é que o contrato de fornecimento de massa florestal de eucalipto para produção de celulose seja apenas uma forma de recompensar o silêncio de um ex-sócio que poderia auxiliar a investigação.
Na 1ª fase, realizada em setembro de 2016, os focos da operação Greenfield foram a Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa), a Petros (Petrobras), a Previ (Banco do Brasil) e o Postalis (Correios). A ação da PF conta com auxílio do Ministério Público Federal, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entenda aqui o que são fundos de pensão.
Em setembro de 2016, foram cumpridos cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária. De acordo com a PF, as investigações foram motivadas após a revelação da causa de déficits bilionários de fundos do tipo. "De dez casos, oito são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações)", disse a polícia.
Quando a 1ª fase foi deflagrada, os investigadores observaram a configuração de núcleos criminosos: o empresarial, o dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos fundos de investimentos em participações. Entre os presos estava o ex-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, o diretor da Funcef Maurício Marcellini Pereira, os ex-diretores da Funcef Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e o ex-diretor da Petros Humberto Pires Grault Viana de Lima.
Na 1ª fase, foram alvos de busca as empresas Santander, Bradesco Asset Management, Brookfield, Deloitte, Ecovix, Engevix, Envepar, OAS, Sete Brasil e a vice-presidência de Gestão e Ativos da Caixa.
Também foram expedidos mandados de condução coercitiva para ouvir o dono da Gradiente, Eugênio Staub, ex-presidente da Petros Carlos Fernando Costa, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, e o empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix.
"A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões", informou a Polícia Federal.
O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios. No sistema financeiro, o contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield. Nesse tipo, os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.
Fonte G 1globo de notícias